06/09/2012

Candidato do PSOL reexibe vídeo com beijo gay na TV em Joinville


Apesar de polêmica criada, Leonel Camasão diz que não tirará vídeo do ar.
beijo gay campanha camasão joinville (Foto: Reprodução)Beijo gay em campanha de Leonel Camasão,
de Joinville, SC (Foto: Reprodução)
Um video com um beijo gay utilizado na campanha do candidato Leonel Camasão, do PSOL, está causando polêmica em Joinville, no Norte de Santa Catarina. O "Jornal da Cidade" publicou um editorial tachando o beijo de "nojento" e "asqueroso".
O candidato diz que apenas decidiu reexibir o vídeo, utilizado em outra campanha do partido, em São Paulo, em 2010. E afirma que a imagem não será tirada do ar.
"Da nossa parte não tem problema nenhum manter o vídeo no ar. Porém, estamos sofrendo agressões verbais de diversas pessoas, inclusive jornalistas", diz. O vídeo, postado também na internet pela campanha do candidato, pode ser visto no YouTube.
No "Jornal da Cidade", o editor-chefe João Francisco da Silva compara o beijo ao ato de "alguém defecar em público ou assoar o nariz à mesa". "Para mim isso é tara, psicopatia. No mínimo, falta de decoro", diz, no texto.
Após a publicação no jornal, Leonel Camasão entrou com um pedido à Promotoria de Direitos Humanos e Cidadania do Ministério Público de Santa Catarina para obter um direito de resposta. Segundo o candidato, os comentários são agressivos e vão contra a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) e o partido.
Para o candidato, este tipo de manifestação deixa clara a necessidade do Congresso Nacional aprovar uma lei que criminalize a homofobia. “Não é mais aceitável que, em pleno século 21, tenhamos que assistir e ler este tipo de barbaridade”, diz.
Além das medidas judiciais, o PSOL também criou uma petição on-line em repúdio ao jornal. Segundo Camasão, "a petição on-line teve início há dois dias e já tem mais de 500 assinaturas".
Procurado pelo G1, João Francisco da Silva mantém a crítica. "Isso agride a sociedade. Eu não sou homofóbico. Não tem nada a ver com homofobia, mas sim com valores morais. A população é convidada para assistir ao horário eleitoral, e não acho que o beijo contribua para ajudar a escolher o candidato."
"Sou jornalista há 43 anos e não vou negligenciar os valores em que acredito. Foi repugnante assistir", diz.
O candidato do PSOL aparece com 1% na última pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (5)
Assista o  video


  Fonte: G1
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MPPE investiga denúncia contra peça publicitária homofóbica


ONG Leões do Norte recebeu apoio de diversos segmentos sociais.

Anúncio compara "homossexualismo" com pedofilia e turismo sexual.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) está investigando o anúncio do Instituto Pró-Vida contra os gays, que foi veiculado no jornal Folha de Pernambuco na última segunda-feira (3) e causou polêmica nas redes sociais. O anúncio pago pelo movimento religioso comparava o "homossexualismo" (sic) com a pedofilia, turismo sexual e exploração de menores.

A ação foi formalizada pela Organização Não Governamental (ONG) Leões do Norte, que defende os diretos da comunidade LGBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais) no estado, na quarta-feira (5). Na peça publicitária, o Pró-Vida aproveitou o slogan "Recife te quer", utilizado pela Secretaria de Turismo da capital pernambucana, transformando-o em "Pernambuco não te quer".
Instituto diz que campanha visava o combate ao turismo sexual (Foto: Carolina Vejarano / Acervo Pessoal)Instituto diz que campanha visava o combate ao turismo sexual (Foto: Carolina Vejarano / Acervo Pessoal)
De acordo com o grupo Leões do Norte, a atitude causou indignação da comunidade LGBT. “A gente quer que o dano seja reparado, no intuito que eles peçam desculpas publicamente, devido à atitude contra a nossa sexualidade. Esperamos que seja feita alguma coisa. Não aguentamos mais que essa situação se repita, que impere a impunidade e as pessoas sigam disseminando o ódio contra a gente”, contou Valdécio Júnior, vice-presidente da ONG.

" A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) vem a público manifestar sua indignação com a campanha intitulada “Pernambuco não te quer”, divulgada na mídia local daquele estado, pelos motivos que seguem:
O documento, assinado por 40 entidades — não só defensoras das causas homossexuais, mas também ligadas à comunicação e aos direitos humanos — foi encaminhado à Promotoria de Direitos Humanos do MPPE. “A gente teve conhecimento da situação através da internet. Foi a própria sociedade que viu e disse ‘não’ para a homofobia, reagindo ao ataque. Vários segmentos sociais aderiram à causa”, relatou Valdécio.

Em entrevista ao G1, a liberdade de expressão foi a justificativa que a organização religiosa Pró-Vida Pernambuco utilizou para veicular o anúncio publicitário. O presidente, Márcio Borba, contou que tinha a intenção de combater o turismo sexual no estado, que seria incentivado pelos homossexuais. Já a Folha de Pernambuco admitiu o erro do veículo e publicou notas se retratando por meio das redes sociais e de sua edição impressa da terça-feira (4).

De acordo com a ONG Leões do Norte, a denúncia formalizada junto ao MPPE não atinge o jornal pernambucano. “Eles se abriram ao diálogo, nos procuraram e assumiram o erro. A gente acredita que liberdade de expressão tem limite, e as pessoas são responsáveis pelo que dizem”, relatou o vice-presidente da organização. O promotor Maxwell Anderson é o responsável pela investigação.

Presidência
A Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, diante da polêmica que se formou com relação a campanha publicitária, publicou uma nota na terça, mostrando a indignação sobre a situação. Assinado pela ministra Maria do Rosário Nunes, o texto diz que a exploração sexual de crianças e adolescentes em nada se relaciona à diversidade e à livre orientação sexual.

Confira, abaixo, a nota oficial da presidência em relação ao caso.

1 - Tal campanha seria de grande relevância se estivesse de fato voltada a enfrentar crimes abomináveis, como a exploração sexual de crianças e adolescentes, o turismo sexual e a pedofilia;

2 - No entanto, ao incluir no seu repúdio os homossexuais, a campanha fere os Direitos Humanos e promove o ódio contra a comunidade de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT);

3 - A exploração sexual de crianças e adolescentes em nada se relaciona à diversidade e à livre orientação sexual;

4 - Em relatório sobre violências homofóbicas no Brasil, divulgado recentemente por esta SDH/PR, constatamos que o Brasil apresentou 278 homicídios de LGBT no ano de 2011. Um número extremamente preocupante. Neste contexto, o estado de Pernambuco figura em sexto lugar entre os estados brasileiros com maior número de homicídios de caráter homofóbico;

5 - Vencer as discriminações é um caminho essencial para acabarmos com a violência homofóbica que diariamente vitima cidadãos e cidadãs brasileiras;

6 - A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos está solicitando ao Ministério Público Federal que verifique a situação e tome as providências necessárias para imediata retirada dessa peça de circulação;

7 - Apelamos aos veículos de comunicação brasileiros que sejam parceiros desse esforço para fazermos do Brasil um território livre da homofobia, não aceitando a publicação de materiais que incitem o ódio e nenhum tipo de discriminação e violação aos Direitos Humanos.

Brasília, 4 de setembro de 2012.



fonte: G1