14/03/2013

Novo papa combateu casamento gay e cobrou justiça social


O novo papa acena à multidão na Praça de São Pedro
Argentino disputou cargo de pontífice em conclave que elegeu Bento 16
O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio de 76 anos assume o papado tendo nos últimos anos cobrado maior justiça social na América Latina e combatido a adoção de uma lei que autorizava o casamento entre pessoas do mesmo sexo no seu país.
O papa Francisco nasceu em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires. O arcebispo da capital argentina será o primeiro latino-americano e o primeiro jesuíta a comandar a Igreja.

De acordo com relatos, Bergoglio disputou voto a voto a cadeira de papa com o então cardeal Ratzinger no último conclave e somente sua renúncia à disputa possibilitou a eleição do cardeal alemão."Parece que meus irmãos cardeais foram quase até o fim do mundo (para escolher um papa)", disse ele, em tom de brincadeira, à multidão na praça de São Pedro em seu primeiro discurso.
Um artigo publicado à época pela revista italiana Limes disse que Joseph Ratzinger foi eleito com 84 votos e seu único rival foi Bergoglio.

Idade

No entanto, especialistas já não o viam como um favorito para ser o sucessor de Bento 16 devido à sua idade. Aos 76 anos, ele é somente dois anos mais novo do que Joseph Ratzinger na época de sua eleição em 2005.
A decisão dos cardeais de elegê-lo pode se justificar pelo fato de que Bergoglio agrada tanto os conservadores quanto os reformistas da Igreja, já que é visto como ortodoxo em temas sexuais, por exemplo, mas também defensor de mudanças, como no tocante à justiça social.
"Vivemos na parte mais desigual do mundo, a que mais cresceu, mas a que menos reduziu a miséria", ele teria dito em uma conferência de bispos latino-americanos em 2007, segundo o National Catholic Report.
Foto: AP
Bergoglio se opõe ao casamento gay e defende a justiça social
"A distribuição injusta dos bens persiste, criando uma situação de pecado social que clama aos céus e limita as possibilidades de uma vida plena para tantos de nossos irmãos."
Por ser jesuíta, também não se espera que Bergoglio encabece reformas de grande impacto. Os membros da ordem professam a "obediência cega" e o não questionamento às decisões da Igreja.

Polêmicas

O cardeal é considerado da ala "moderada" da igreja latino-americana. No entanto, sua relação com o governo argentino de Néstor e, em seguida, Cristina Kirchner, foi marcada por críticas duras.
O ex-presidente Néstor Kirchner chegou a classificar o cardeal como um "expoente da oposição".
A presidente Cristina Kirchner procurou uma reaproximação com a igreja e a diminuição das tensões com o cardeal, mas ambos se enfrentaram em 2010, quando tramitava no Congresso um projeto de lei que permitia o casamento de pessoas do mesmo sexo.
Bergoglio, segundo o jornal La Nación, caminhou diante de uma manifestação contra o casamento gay e enviou uma carta a todos os sacerdotes, pedindo que se falasse em todas as missas sobre o "bem inalterável do matrimônio e da família".
Na época, o cardeal disse que o projeto de lei era "um ataque destrutivo aos planos de Deus".
Em abril de 2010, uma investigação do jornal argentino Página 12 publicou cinco depoimentos que o apontavam como colaborador da repressão durante os governos militares na argentina.
A informação parecia haver sepultado sua possibilidade real de se tornar papa.

Simplicidade

Foto: AP
Cardeal argentino tem dois irmãos e duas irmãs
Jorge Mario Bergoglio é técnico em química e filho de um funcionário de estrada de ferro. Ele foi nomeado cardeal pelo papa João Paulo 2º em 2001 e é tido como um sacerdote aberto e simpático.
"Em favor de Bergoglio está sua atitude pastoral, como eles dizem na Igreja - seu relacionamento com as pessoas", disse Leandro Pastor, um professor de filosofia da Universidade de Buenos Aires, que conhece o cardeal há mais de 30 anos.
"Ele é um homem muito simples. É muito austero. E também acho que é um homem inteligente e muito bom comunicador."
Segundo seu porta-voz, Guillermo Marco, andar de metrô e de ônibus e realizar missas em lugares simples eram hábitos que ele cultivava em Buenos Aires.
O bispo Eduardo Garcia, também de Buenos Aires, o definiu como "humilde" e "preocupado com os pobres".
"Ele é assim também no cotidiano. Ele é um pastor, que sabe comunicar o que pensa e em defesa dos pobres, dos mais humildes. Ele tem uma serenidade típica de um pastor, agora o pastor dos pastores. Todos aqui nos emocionamos até às lágrimas quando o nome dele foi anunciado", disse após o anúncio do Vaticano."
"A forma como ele falou, nas suas palavras como papa, foram exatamente as que dizia aqui. Que rezemos por todos e por ele."
A saúde pode trazer problemas para o novo papa. Durante mais de 20 anos, ele vive com somente um pulmão funcionando, que diz estar em "boa forma".
Colaborou Márcia Carmo, de Buenos Aires para a BBC Brasil
FONTE:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/03/130313_perfil_novo_papa_cc.shtm
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Vaticano divide prédio histórico com sauna gay



Um prédio histórico em Roma que é sede de um departamento do Vaticano também é o local onde funciona uma conhecida sauna gay.
A Santa Sé pagou 20 milhões de euros (quase R$ 51 milhões) em 2008 por cerca de 20 apartamentos para a Congregação para a Evangelização dos Povos.
Mas, o prédio também abriga a sauna Europa Multiclub, considerada uma das saunas gay mais famosas da Itália, com banhos turcos e banheiras de hidromassagem, entre outras atrações.Um dos residentes do prédio é o cardeal Ivan Dias.
O Vaticano não comentou a proximidade da sauna com o departamento responsável pelas atividades missionárias católicas. Mas, o cardeal Ivan Dias afirmou no passado que gays e lésbicas poderiam ser curados de suas "tendências anormais" através do "sacramento da penitência".
Dias, que é indiano, participa do conclave para eleger um novo papa.

FONTE: BBC BRASIL

Cura de bebê cria esperança de geração sem Aids, diz ONU


Foto: AFP
Caso de menina pode ser esperança de crianças soropositivas
O Unaids, programa da ONU para o combate à Aids, comemorou a notícia de que uma criança de 2 anos pode ter sido completamente curada do vírus nos Estados Unidos.
Em comunicado, a ONU afirma que, se os resultados forem confirmados, este será o primeiro caso documentado de uma criança com o vírus HIV que parece não ter mais níveis detectáveis do vírus após parar o tratamento.

"Isso também ressalta a necessidade de pesquisa e inovação, especialmente na área do diagnóstico precoce.""Essa notícia nos dá muita esperança de que uma cura para o HIV em crianças é possível e pode ser um passo a mais rumo a uma geração livre da Aids", disse o diretor executivo da UNAIDS, Michel Sidibé, em comunicado oficia.

Mais testes

Médicos americanos revelaram no domingo que uma menina soropositiva do Estado do Mississippi (sul do país), de 2 anos e meio, não demonstra sinais de infecção pelo vírus após deixar o tratamento por cerca de um ano.
No entanto, mais testes serão necessários para assegurar que o tratamento - que foi iniciado 30 horas após o nascimento da menina - funcionaria para outras pessoas.
A virologista Deborah Persaud, da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, apresentou os resultados do tratamento na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas em Atlanta.
"É uma prova do conceito de que o HIV pode ser potencialmente curável em crianças", disse.

Coquetel antivírus

Se a garota americana continuar saudável, esse será o segundo caso documentado de um soropositivo que consegue se livrar do vírus HIV.
Em 2007, Timothy Ray Brown se tornou a primeira pessoa. Sua infecção foi erradicada por meio de um tratamento elaborado para a leucemia, que envolveu a destruição de seu sistema imunológico e um transplante de medula de um doador com uma mutação genética rara que resistia à ação do vírus.
O caso do bebê do Mississippi envolveu um coquetel de drogas disponíveis no mercado, conhecido como terapia antiretroviral, que já é usado para tratar a infecção em crianças.
Os resultados sugerem que o tratamento rápido aniquilou o vírus antes de que ele pudesse se depositar em "esconderijos" no organismo, os chamados reservatórios de células dormentes.
Deborah Persaud | Foto: Reuters
Laboratórios não encontraram vírus em garota depois de interrupção do tratamento
A existência desses reservatórios geralmente faz com que pessoas que interrompem o tratamento com o coquetel voltem a ter os níveis anteriores de infecção, segundo Deborah Persaud.

Surpresa

A menina nasceu em um hospital rural onde a mãe havia sido testada positivamente para infecção por HIV.
Porque a mãe não havia recebido nenhum tratamento pré-natal contra o HIV, os médicos sabiam que o bebê corria um alto risco de estar infectado.
De acordo com os pesquisadores, a menina foi transferida para o Centro Médico da Universidade do Mississippi em Jackson.
Uma vez lá, a especialista em HIV pediátrico Hannah Gay deu início ao tratamento com o coquetel de drogas apenas 30 horas depois do nascimento do bebê, mesmo antes de os testes de laboratório confirmarem a infecção pelo vírus.
O tratamento continuou por 18 meses, mas nesse momento a criança deixou de frequentar o hospital. Cinco meses depois, a mãe e a filha voltaram, mas haviam parado o tratamento.
Os médicos fizeram testes para determinar se o vírus havia retornado e ficaram surpresos ao descobrir que não.
"Muitos médicos de seis laboratórios diferentes fizeram testes diferentes e muito sofisticados para tentar encontrar o HIV nessa criança e ninguém conseguiu encontrar nada, disse Rowena Johnston, médica da Fundação de Pesquisa sobre Aids.
"Estamos confiantes de concluir até esse momento que a criança parece estar curada."
FONTE:BBC BRASIL

Fumaça rosa: ativistas fazem protestos no Vaticano


Católicas defendem participação de mulheres no conclave. Sinalizador também foi aceso por ativistas a favor do casamento gay.



Além da fumaça preta, o primeiro dia de conclave também teve fumaça rosa. Foi um protesto de um grupo de católicas, que defendem que mulheres também possam ser ordenadas e criticam o fato do Papa ser escolhido apenas por homens. Mais tarde, um sinalizador rosa também foi aceso por manifestantes mais ousadas. As ativistas do grupo Fêmen gritaram palavras a favor do casamento gay.


FONTE:G1

Acreanos fazem 'velório' em protesto contra deputado Marco Feliciano

FONTE:G1

Direitos Humanos (Foto: Duaine Rodrigues/G1)Manifestação teve a presença de representantes dos direitos humanos no Acre (Foto: Duaine Rodrigues/G1)
De luto pelos direitos humanos no Brasil, diversos movimentos sociais do Acre realizaram na noite desta quarta-feira (13), em Rio Branco, um manifesto contra a eleição do deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, efetuada no dia 7 deste mês.

A manifestação contou com a participação de representantes dos movimentos LGBT, negro, sindicalistas, ambientalistas, entre outros da sociedade civil organizada, além de órgãos como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AC). Rio Branco é uma das últimas capitais do Brasil a realizar ato de protesto contra a eleição de Feliciano.
Reunidos em frente ao Palácio Rio Branco, no centro da cidade, os populares entoaram gritos como 'Fora Feliciano' entre outros cantos de ordem. O manifesto foi marcado pelo 'velório' dos direitos humanos no país e um cortejo que encerrou o ato público no Novo Mercado Velho da capital.
De acordo com o presidente da Associação dos Homossexuais do Acre (Ahac), Germano Marino, diz que o sentimento foi de revolta e indignação ao conhecer o nome de Feliciano para ocupar o cargo.
Estamos de luto pelos direitos humanos no Brasil"
Germano Marino
"As pessoas indignadas resolveram realizar também o ato no Acre para dizer que Marcos Feliciano não serve e nem representa esse estado. É revoltante, por isso estamos juntos com todos aqueles que estão realizando atos de protesto. Esse é apenas o primeiro de outros que virão", afirma Marino.
"Estamos de luto pelos direitos humanos no Brasil. A chama das velas representa a luz para que as mentes do Congresso Nacional e da Câmara dos Deputados possam ser iluminadas e nossos congressistas sejam mais progressistas e expurguem a corrupção, o racismo, a intolerância e a discriminação", completa.
Movimentos não se consideram representados
Direitos Humanos no Acre (Foto: Duaine Rodrigues/G1)Manifestantes acendem velas em volta de
caixão (Foto: Duaine Rodrigues/G1)
Para o representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AC, Moisés Alencastro, fica o sentimento de tristeza pela presença de alguém que, segundo ele, 'discrimina, exclui e dissemina o ódio', em uma comissão tão importante como a para qual Marco Feliciano foi eleito presidente.
"A palavra do momento é amor. Temos que resgatar essa luta em que tantas pessoas morreram para que realmente tivéssemos dignidade humana, essa liberdade, e agora estamos vendo esse retrocesso", analisa.
Já o presidente do Centro de Estudos e Referência da Cultura Afro-brasileira do Acre (Cernegro), José de Arimetéia, afirma que o sentimento atual dos movimentos sociais, com enfâse para o qual representa, é de medo.
"Tememos literalmente pela vida. Um homem com um poder desses nas mãos diz que os negros serão tratados iguais como todo mundo, mas não somos iguais, pois a diferença nos torna desiguais. Quando ele retira de pauta um assunto como a homofobia, está desconhecendo que por dia morrem cerca de cinco homossexuais no Brasil vítimas de preconceito. Queremos que todas as manifestações desse país digam: basta! Feliciano não nos representa", finaliza.

Leia opiniões do novo Papa sobre alguns temas sensíveis


FONTE:G1
O novo Papa Francisco tem opiniões bem marcadas a respeito de assuntos polêmicos e, por exemplo, se opôs às leis de casamento entre pessoas do mesmo sexo e ao reconhecimento da identidade dos travestis e transexuais aprovados na Argentina.
A seguir, as posições do novo pontífice:
CASAMENTO GAY - Foi um tenaz opositor à lei do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo aprovada em julho de 2010 na Argentina com apoio do governo e que foi a primeira do tipo na América Latina.
'Não sejamos ingênuos: não se trata de uma simples luta política; é a pretensão destrutiva ao plano de Deus', disse Bergoglio pouco antes da sanção da lei.
O padre Nicolás Alessio (53 anos) foi expulso do Tribunal Interdiocesano de Córdoba (norte) por apoiar o casamento gay.
IDENTIDADE DE GÊNERO - Também foi contrário à lei de identidade de gênero aprovada em maio de 2012 e que autoriza travestis e transexuais a registrar seus dados com o sexo escolhido.
EUTANÁSIA - Contrário à eutanásia. Chegou a declarar que 'na Argentina se aplica a pena de morte' no caso do aborto e a 'eutanásia acobertada' em idosos enfermos.
PRESERVATIVOS - Contrário, assim como a Igreja, incluindo como forma de prevenção à Aids.
BATISMO - Em 2012 pediu a padres de 11 dioceses de Buenos Aires que batizassem todos os bebês, incluindo os nascidos de uma relação extraconjugal.
ESCNDALOS DE PEDOFILIA - Três padres católicos foram condenados desde 2002 na Argentina por abuso sexual de menores com penas de entre oito e 24 anos de prisão, enquanto dois bispos renunciaram por envolvimento em escândalos sexuais.
Em todos os casos, a Igreja evitou fazer comentários e disse que acataria as decisões da justiça.
PAPEL NA DITADURA - Bergoglio recebe críticas por supostamente não ter protegido dois padres jesuítas que foram sequestrados em 1976, durante o último regime militar (1976/83), e depois liberados.
MEIO AMBIENTE - Aqueles que o conhecem dizem que é um defensor do meio ambiente.
REFORMAS NA IGREJA - Para o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, 'não se vislumbra que (Bergoglio) possa promover mudanças estruturais a respeito da posição tradicional da Igreja sobre o uso do preservativo, a anticoncepção hormonal de emergência, a eliminação do celibato'.
O mesmo para 'o papel das mulheres na Igreja, o tratamento às pessoas divorciadas ou aos homossexuais, a liberação do aborto'.
GLOBALIZAÇÃO E POLITICA - O novo Papa aceita a globalização, mas advertiu que 'tem seus perigos'. 'Não podemos renegar da cultura de nossos povos. Este é o grande perigo' que a globalização traz consigo, destacou Bergoglio.
Defendeu ainda o trabalho dos laicos na política e definiu 'a política como a tarefa do bem comum, ao contrário das ideologias, que sempre engendram violência'.
COMUNISMO E LIBERALISMO - O Papa Francisco expôs suas críticas tanto ao comunismo como ao liberalismo e destacou que, 'assim como comunismo caiu por suas contradições internas, este liberalismo também vai cair por suas contradições internas' e advertiu que 'não devemos nos resignar a aceitar passivamente a tirania do econômico. A tarefa não deve reduzir-se a que as contas fechem para tranquilizar os mercados'. Também defendeu um trabalho maior sobre a sociedade.
13 de março - Papa Francisco I fala aos fiéis ao lado de cardeais depois da eleição (Foto: Alessandro Bianchi/Reuters)Papa Francisco I fala aos fiéis ao lado de cardeais depois da eleição em 13 de março (Foto: Alessandro Bianchi/Reuters
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Bill Clinton pede revogação de lei contra o casamento gay assinada por ele mesmo


FONTE: IGAY

Quando era presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton assinou em 1996 uma lei que definia o casamento como sendo entre um homem e uma mulher, impedindo o reconhecimento em nível federal do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

AFP
Clinton assinou em 1996 uma lei que impede o reconhecimento em nível federal do casamento entre pessoas do mesmo sexo
Na última quinta-feira (07), em um artigo publicado no jornal “The Washington Post”, o democrata que ocupou o cargo de presidente entre 1993 a 2001, disse que era “uma época bastante diferente” quando ele sancionou a lei do Ato de Defesa do Casamento (DOMA, na sigla em inglês). Na época, nenhum Estado americano reconhecia o casamento gay, embora alguns estivessem caminhando para aprovação, explicou Clinton. 
O democrata justificou a assinatura da lei dizendo que seu ato foi uma estratégia para impedir que deputados federais criassem uma emenda constitucional que proibisse o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Com a Suprema Corte do país prestes a rever a constitucionalidade do DOMA no próximo dia 27, o ex-presidente escreveu que a justiça “tem que decidir se a lei é consistente com os princípios de uma nação que honra a liberdade, igualdade e justiça acima de tudo, e se é constitucional”.
“Como o presidente que transformou o ato em uma lei, eu acredito que o DOMA é contrário a esses princípios e, de fato, incompatível com a nossa Constituição”, defendeu  o ex-presidente. 

Clinton escreveu  ainda que quando sancionou a lei, ele incluiu uma afirmação de que o decreto não deveria “ser entendido como uma desculpa para a permitir a discriminação”.A administração do governo Obama também já pediu para a Suprema Corte derrubar a lei, alegando que ela viola a garantia de proteção igualitária, negando aos casais gays os benefícios federais que estão disponíveis aos casais heterossexuais.
“Lendo essas palavras hoje, eu sei que, pior do que fornecer uma desculpa para a discriminação, a lei é em si discriminatória. Ela deve ser revogada”, admitiu o ex-presidente, no mea culpa publicado no jornal americano. 
*Com Reuters

Ditadura (im)posta: Comissão de Direitos Humanos não pode ser presidida por quem se põe publicamente contra as minorias




No circo armado na Câmara, Jair Bolsonaro esbravejando palavras de ódio, machismo, homofobia e intolerância
Apesar de toda a pressão pública e política, e do reconhecimento dos prejuízos causados pela repercussão da nomeação do pastor Marco Feliciano como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), o Partido Socialista Cristão (PSC) reafirmou a permanência do deputado pastor no comando da pauta. Tal manutenção contraria, inclusive, orientações do Ministério Público, e provocou notas de repúdio do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil e de 153 pastores evangélicos que lutam pela causa dos Direitos Humanos.
Em nota, os pastores declaram que “o quadro que assistimos no processo de eleição da presidência da Comissão foi desolador. Não se trata aqui de pré-julgar o presidente recém-eleito, mas não há como desconsiderar seus vários comentários públicos sobre negros, homossexuais e indígenas, declarações que inviabilizam a sustentação política de seu nome entre os que atuam e são sensíveis às temáticas dos Direitos Humanos”, e orientam que o PSC reveja sua indicação, de forma a dissipar os conflitos, tão danosos ao funcionamento da comissão.
Nós da Frente pela Defesa dos Direitos Humanos, que será composta também pela sociedade civil e lançada oficialmente assim que terminarmos de recolher as assinaturas necessárias, nos reunimos hoje para repensar estratégias para lidar com essa crise que tomou conta do espaço que tem uma obrigação ética, moral e democrática de zelar pelos direitos humanos de nosso povo. Defendi que deveríamos esvaziar a CDHM. Meu posicionamento é de que precisamos levar o nosso trabalho pelos Direitos Humanos dos grupos estigmatizados para outros espaços onde a nossa luta por uma sociedade mais justa e igualitária tenha resultados positivos e não sirva apenas de trampolim para o discurso preconceituoso e conservador de fundamentalistas. A força da CDHM (com todo o respeito a sua História, que, com esse episódio, é ignorada e ofendida) está nos nossos esforços e ações.
Eu não fui à reunião, mas segundo relatos de colegas parlamentares que lá estiveram,  eu estava certo em minha decisão de não participar do circo que ali foi (im)posto: Houve quebra do Regimento Interno da Câmara (não acataram questões de ordem e a deputada Erika Kokay teve até sua palavra cassada[sic] pelo presidente da comissão ao pedir verificação do quorum necessário para colocar a pauta em votação), Jair Bolsonaro, suplente na comissão, ao lado de Feliciano na mesa reservada à presidência da comissão, esbravejando palavras de ódio, machismo, homofobia e intolerância (isso não sou eu quem digo – está gravado, a intolerância e ditadura ali imposta é pública e notória) e votos de suplentes foram computados para aprovação de requerimentos. Enfim, o circo que se esperava.
Há uma parte da imprensa e da sociedade que tenta folclorizar a disputa pela comissão. Tenta-se dar a aparência de que se trata de uma briga entre eu e Marco Feliciano, dizendo que me oponho à sua indicação porque ele é cristão. Inventaram até uma mentira absurda de que ofendi cristãos – posta em circulação na rede por criminosos já identificados – e que está circulando nas redes em reação à minha defesa da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. O problema não tem a ver com o fato de ele ser pastor evangélico, repito que é preciso que isso fique claro. É uma questão política: existe uma disputa entre fundamentalistas religiosos e deputados progressistas, que dialogam com os movimentos sociais de esquerda. O objetivo destas manobras é redirecionar o foco da verdadeira questão: Uma Comissão de Direitos Humanos e MINORIAS não pode ser presidida por alguém que se põe publicamente contra elas!
Ao final do dia, consegui articular e mediar um encontro do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, com representantes de diferentes segmentos que participaram de protestos na sessão de hoje da CDHM. Após ouvir os motivos das preocupações dos e das ativistas com a permanência de Feliciano na presidência da comissão, Alves solicitou o áudio e video da reunião da tarde pra analisar se e onde o código de ética da casa foi ferido e se comprometeu em levar relato de nosso encontro para uma reunião com líderes dos partidos. Aguardemos e cobremos a resposta formal do líder da Casa.

FONTE: IGAY