14/03/2013

Acreanos fazem 'velório' em protesto contra deputado Marco Feliciano

FONTE:G1

Direitos Humanos (Foto: Duaine Rodrigues/G1)Manifestação teve a presença de representantes dos direitos humanos no Acre (Foto: Duaine Rodrigues/G1)
De luto pelos direitos humanos no Brasil, diversos movimentos sociais do Acre realizaram na noite desta quarta-feira (13), em Rio Branco, um manifesto contra a eleição do deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, efetuada no dia 7 deste mês.

A manifestação contou com a participação de representantes dos movimentos LGBT, negro, sindicalistas, ambientalistas, entre outros da sociedade civil organizada, além de órgãos como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AC). Rio Branco é uma das últimas capitais do Brasil a realizar ato de protesto contra a eleição de Feliciano.
Reunidos em frente ao Palácio Rio Branco, no centro da cidade, os populares entoaram gritos como 'Fora Feliciano' entre outros cantos de ordem. O manifesto foi marcado pelo 'velório' dos direitos humanos no país e um cortejo que encerrou o ato público no Novo Mercado Velho da capital.
De acordo com o presidente da Associação dos Homossexuais do Acre (Ahac), Germano Marino, diz que o sentimento foi de revolta e indignação ao conhecer o nome de Feliciano para ocupar o cargo.
Estamos de luto pelos direitos humanos no Brasil"
Germano Marino
"As pessoas indignadas resolveram realizar também o ato no Acre para dizer que Marcos Feliciano não serve e nem representa esse estado. É revoltante, por isso estamos juntos com todos aqueles que estão realizando atos de protesto. Esse é apenas o primeiro de outros que virão", afirma Marino.
"Estamos de luto pelos direitos humanos no Brasil. A chama das velas representa a luz para que as mentes do Congresso Nacional e da Câmara dos Deputados possam ser iluminadas e nossos congressistas sejam mais progressistas e expurguem a corrupção, o racismo, a intolerância e a discriminação", completa.
Movimentos não se consideram representados
Direitos Humanos no Acre (Foto: Duaine Rodrigues/G1)Manifestantes acendem velas em volta de
caixão (Foto: Duaine Rodrigues/G1)
Para o representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AC, Moisés Alencastro, fica o sentimento de tristeza pela presença de alguém que, segundo ele, 'discrimina, exclui e dissemina o ódio', em uma comissão tão importante como a para qual Marco Feliciano foi eleito presidente.
"A palavra do momento é amor. Temos que resgatar essa luta em que tantas pessoas morreram para que realmente tivéssemos dignidade humana, essa liberdade, e agora estamos vendo esse retrocesso", analisa.
Já o presidente do Centro de Estudos e Referência da Cultura Afro-brasileira do Acre (Cernegro), José de Arimetéia, afirma que o sentimento atual dos movimentos sociais, com enfâse para o qual representa, é de medo.
"Tememos literalmente pela vida. Um homem com um poder desses nas mãos diz que os negros serão tratados iguais como todo mundo, mas não somos iguais, pois a diferença nos torna desiguais. Quando ele retira de pauta um assunto como a homofobia, está desconhecendo que por dia morrem cerca de cinco homossexuais no Brasil vítimas de preconceito. Queremos que todas as manifestações desse país digam: basta! Feliciano não nos representa", finaliza.

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